Simples: porque eles formam uma combinação barata e nutritiva - além de saborosa, claro. A união do cereal de origem asiática (o arroz) com a leguminosa celebrada no Egito antigo como símbolo da vida (o feijão) é perfeitamente complementar. "Enquanto o arroz é rico em metionina e deficiente em lisina, o feijão é rico em lisina e deficiente em metionina", afirma a nutricionista Lilia Zago, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ambos - lisina e metionina - são aminoácidos que o nosso organismo não produz e precisa ingerir sempre. Além disso, o prato também é excelente fonte de energia, pois reúne muitos carboidratos. Já o hábito de consumi-los juntos, muitas vezes com farinha, remonta à história da nossa colonização.
Em seu livro O que Faz do Brasil, Brasil?, o antropólogo Roberto DaMatta aborda nossa preferência pelos alimentos cozidos, que permitem a mistura, como o pirão e o purê. Foi o sincretismo dos hábitos de índios, negros e portugueses que definiu a mesa brasileira e eles, também misturados, formaram o povo que a consome.
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