Elas estão relacionadas à reação do organismo a situações de medo e
pânico. É por isso que as cócegas geralmente se manifestam por meio de
risadas desconfortáveis.
São provavelmente uma resposta primitiva, com o
objetivo de fazer o corpo reagir no caso, por exemplo, de haver algum
inseto caminhando sobre ele. A pele de certas partes mais vulneráveis do
corpo possui receptores sensíveis chamados de terminações nervosas
livres. "Esses receptores nervosos são os mesmos que nos permitem sentir
dor, coceira e excessos de calor ou frio - ou seja, estímulos
perturbadores que levam o organismo a se afastar deles", diz o
neurologista Benito Pereira Damas, da Unicamp.
Quando a pele é
acariciada de uma certa maneira, esses receptores transmitem o estímulo
até o centro de prazer do cérebro, localizado no hipotálamo.
Mas quando a estimulação é profunda, rápida e contundente, essa reação
pode ter o resultado contrário, com risadas nervosas, gritos e
movimentos bruscos, sinais de que se tornaram uma verdadeira tortura.
Quando uma pessoa faz o mesmo tipo de estimulação em suas próprias
terminações nervosas, porém, ela não consegue sentir cócegas. Isso se
deve ao fato de que o cerebelo - centro de controle motor do cérebro -
já recebeu uma cópia da informação desse movimento antes mesmo que ele
se completasse, deixando o cérebro de sobreaviso e bloqueando sensações
injustificadas de medo.
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