Relatos bíblicos indicam que, desde a antiguidade, o Oriente Médio já sofria com essa doença mortal, cujo nome vem das bolhas escuras que faz surgir na pele. O célebre surto medieval da peste negra teria começado na China, em 1333, chegando à Europa em 1347. Alguns historiadores acreditam que o mal - causado pela bactéria Yersinia pestis e transmitido pelas pulgas dos ratos - pode ter penetrado no continente europeu por meio de uma verdadeira ação de guerra bacteriológica. Segundo eles, soldados turcos usaram catapultas para lançar cadáveres infectados dentro de um entreposto comercial genovês na Criméia (hoje parte da Ucrânia). Outra versão afirma que a doença desembarcou acidentalmente, com ratos vindos em navios procedentes da Turquia. O fato é que a doença logo se espalhou, a partir dos portos do Mar Mediterrâneo.
"Em 1351, a peste já tinha varrido toda a Europa e estima-se que tenha matado, em apenas quatro anos, cerca de 25 milhões de pessoas - o equivalente a quase um terço da população européia na época", diz a historiadora Vera Machline, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ela afirma ainda que ondas sucessivas de peste negra continuaram atingindo a Europa de tempos em tempos, até o século XVIII. Mesmo nos dias de hoje, ocorrem casos isolados de peste no Nordeste brasileiro, e em regiões da Índia e da África. Combatida, porém, com antibióticos, ela quase não mata mais.
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