A culpa é da lignina, uma das substâncias de estrutura
molecular mais complexa encontradas na natureza - e que, junto com a
celulose, formam os dois componentes básicos da madeira, matéria-prima
do papel. A função da lignina é dar rigidez ao tronco das árvores. Outra
de suas características é que ela escurece em contato com a luz e o
oxigênio, razão pela qual o papel fica amarelo com o passar do tempo.
Para contra-atacar esse efeito, mais de 99% da lignina costuma ser
retirada com produtos químicos durante a fabricação desse material,
tentando deixar apenas a clara celulose. É por isso que produtos como o
sulfite são mais caros e demoram muito mais tempo para amarelar que o
papel-jornal. O caso desse último, que perde a brancura praticamente de
um dia para o outro, é diferente.
"O papel-jornal é o mais barato de todos porque é feito por um
processo mecânico - e não químico - , que deixa intacta a maior parte da
lignina", diz o engenheiro químico Hasan Jameel, do Departamento de
Ciência do Papel e da Madeira da Universidade da Carolina do Norte, nos
Estados Unidos.
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