A região passou por vários processos naturais que favoreceram o acúmulo desse óleo chamado de ouro negro. Há 40 milhões de anos, o movimento das placas tectônicas - gigantescos blocos de rocha sobre os quais se assentam oceanos e continentes do planeta - contribuiu para o fechamento dos oceanos primitivos da região. Essa água evaporou e minúsculos vegetais marinhos se depositaram no fundo dos mares. Por meio de decomposição - e também de aumento na pressão e na temperatura -, o material orgânico desses micro-organismos deu origem ao petróleo. A sorte do Oriente Médio é que lá cada uma dessas etapas aconteceu no tempo geológico mais adequado. Além disso, o choque entre as placas teve outro efeito. "A Península Arábica se desprendeu da África e se deslocou para o norte. A colisão entre as placas Arábica e Eurasiana criou muitas dobras nas camadas do subsolo onde o petróleo se deposita", afirma o geólogo Peter Szatmari, da Petrobrás.
Nesses enormes reservatórios subterrâneos, o petróleo ficou armazenado entre grãos de areia e rochas sedimentares - materiais que, no Oriente Médio, são abundantes e muito porosos, deixando o petróleo fluir com facilidade. Outro fator importante: o óleo não escapa do subsolo graças a uma camada impermeável de sal - também originada da evaporação dos mares antigos -, que funciona como uma tampa protetora. Como se não bastasse, tudo isso ainda está aliado a outra vantagem: o clima seco. "Com ele, há pouca possibilidade de que água e bactérias rompam a camada de sal, penetrem no solo e contaminem o óleo", diz Peter.
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