Esses animais têm um órgão especializado - chamado justamente
de órgão elétrico -, composto de células que se diferenciaram a partir
dos músculos durante sua evolução. Assim como os músculos geram
eletricidade ao se contraírem, pela entrada e saída de íons de suas
células, cada eletrócito (célula do órgão elétrico) também se carrega e
descarrega continuamente. Cada vez que os eletrócitos são estimulados
por um comando que vem do cérebro, eles produzem uma pequena descarga
elétrica de aproximadamente 120 milésimos de volt (120 milivolts). Como o
órgão elétrico é formado por milhares de eletrócitos que se descarregam
ao mesmo tempo, um peixe como o brasileiro puraquê (Electrophorus
electricus), com mais de 2 metros de comprimento, pode gerar mais de 600
volts numa única descarga. "O puraquê é apenas uma entre mais de 120
espécies de peixes elétricos que existem na América do Sul.
Todas as outras espécies produzem descargas mais fracas, que variam
entre menos de 1 volt e 5 volts", diz o biólogo José Alves Gomes, do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Também há peixes elétricos
em rios da África. Nos oceanos, há duas espécies de arraia e uma de
peixe capazes de emitir descargas elétricas.
Usina de força
Descarga de um peixe elétrico pode chegar a 600 V, mais que cinco vezes a de uma tomada de 110 V
1. Certas células musculares do peixe, chamadas eletrócitos, possuem
um excesso de íons (átomos eletrificados) com cargas negativas.
2. Comandadas pelo cérebro do animal, essas células liberam as cargas
negativas para o exterior, gerando potenciais elétricos de cerca de 120
milivolts, que, somados, podem chegar a 600 volts.
Nenhum comentário:
Postar um comentário