O método usado é chamado de datação
radioativa, se baseia no fenômeno da radioatividade e foi descoberto no final
do século XIX. A radioatividade faz os átomos perderem partículas (prótons ou
nêutrons) na forma de radiação, causando variação no seu número de massa ou em
seu número atômico. No caso de fósseis de seres vivos, costuma-se usar carbono
14 (com seis prótons e oito nêutrons) para fazer a datação. O carbono 14 emite
radiação, perdendo dois nêutrons e se transformando em carbono 12. Em 5 730
anos, uma certa quantidade de carbono 14 ficará reduzida à metade, sendo a
outra metade transformada em carbono 12. Por isso, esse tempo é chamado de
meia-vida. A meia-vida do carbono 14 é tão curta que ele apenas pode ser usado
para medir restos de organismos que viveram até 70 000 anos atrás. Para
organismos mais antigos usa-se o mesmo processo - mas torna-se necessário
recorrer a outro elemento radioativo, de meia-vida mais longa, como referência.
Além do carbono 14, pode-se
usar o potássio 40 - com meia-vida de 1,25 bilhão de anos - ou o urânio 238 -
com 4,47 bilhões de anos -, além de muitos outros elementos radioativos. Para
medir, nos fósseis, a quantidade desses elementos e dos que eles originam por
radiação, os cientistas utilizam um aparelho chamado espectrômetro de massa,
que permite descobrir a massa atômica dos elementos químicos presentes. Essa
técnica, porém, não deverá funcionar corretamente no futuro, dentro de alguns
milhões de anos - isso porque, a partir da década de 1940, a explosão de bombas
atômicas, a realização de testes nucleares e os acidentes em usinas atômicas
causaram modificações na radioatividade do planeta que farão esse método de
datação perder sua referência-base.
Elemento-chave
A
variação na massa atômica do carbono permite calcular a idade de organismos
mortos há dezenas de milênios
1. Combinado com o oxigênio do ar, o carbono 14 radioativo forma gás carbônico.
2.
O carbono 14 - assim como o carbono 12 - é absorvido pelas plantas por meio da
fotossíntese.
3.
Os animais se alimentam das plantas, fazendo o carbono 14 entrar na cadeia
alimentar.
4.
A proporção de carbono 12 e 14 nos seres vivos permanece constante durante toda
sua vida.
5.
Após a morte, porém, essa proporção começa a ser alterada pela radioatividade.
6.
A cada 5 730 anos, metade do carbono 14 presente nos restos mortais vira
carbono 12. Esse período de tempo - chamado de meia-vida - serve de referência
para determinar a idade do fóssil.
7.
Depois de descobertos, os fósseis têm de ser levados a um laboratório, onde as
massas de carbono 12 e 14 podem ser identificadas com precisão e usadas no
cálculo final.
8.
O aparelho que detecta a massa atômica exata de cada elemento químico
encontrado no fóssil é o espectrômetro de massa. Com esses números na mão, fica
fácil calcular a idade.
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