Porque atrapalha a comunicação entre os neurônios, as células do sistema nervoso. Depois de passar pelo intestino e alcançar o sangue, o etanol presente na bebida ativa a produção de substâncias que amplificam a ação dos neurotransmissores (moléculas que controlam o fluxo de informações entre os neurônios) responsáveis pelo prazer. "Em pequenas doses, a substância tem um efeito estimulante. A pessoa fica eufórica e, geralmente, menos inibida", afirma Denise De Michelis, psicobióloga da Unifesp. Depois de algumas doses, no entanto, o efeito da bebida passa a ser exatamente o oposto: o beberrão fica deprimido e começa a perder a coordenação motora e parte dos sentidos. Isso acontece porque, em concentrações maiores, o álcool interfere na ação de outro neurotransmissor que controla a entrada e a saída de íons (átomos eletrificados) nos neurônios.
Encharcada de etanol, essa substância deixa de controlar a entrada de íons de cloro nas células nervosas, gerando o efeito depressor. A capacidade de metabolizar o álcool varia de acordo com uma série de fatores, como etnia, sexo, idade e peso da pessoa. Mas é sempre um processo lento - um quarto de litro de cerveja leva duas horas e meia para ser eliminado do organismo. Por isso, a ingestão contínua de grandes quantidades de bebida alcoólica acaba causando embriaguez - que não é senão o conjunto de sintomas de intoxicação.
Mente insana, corpo nocauteado
Ingestão
de álcool atinge diferentes regiões do cérebro e altera os sentidos
1.
Quando a bebida alcança o lobo frontal, surge a sensação de alegria. O sujeito
fica mais falante, ainda sem prejuízo do raciocínio.
2
- 3. Ao atingir os lobos parietal e temporal, começam os problemas. O sujeito
pode cometer um desatino, como cruzar um sinal vermelho.
4.
Se chegar ao lobo occipital, responsável pelo movimento e pela visão, torna-se
difícil ficar em pé e andar direito. A vista embaça.
5.
O cerebelo comanda os reflexos. Quando a região é atingida pelo álcool, a
coordenação motora fica bastante comprometida.
6.
O tronco encefálico controla a respiração. O álcool demora a afetar essa área,
mas, quando chega, leva à inconsciência e ao coma, por insuficiência
respiratória e cardíaca.
A
única defesa do corpo, então, é provocar um desmaio para o sujeito parar de
beber.
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