Os antigos egípcios não tinham uma única fórmula para fazer
múmias. "Havia vários procedimentos, que variavam de acordo com a classe
social da pessoa e seus costumes", afirma o egiptologista Arnaldo
Brancaglion, do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), da USP. A
técnica de mumificação mais comum começava com a retirada do cérebro,
pelo nariz ou por uma abertura no crânio. Depois, era feito um corte na
virilha esquerda, onde o embalsamador enfiava a mão para retirar todos
os órgãos. O coração raramente era extraído, mas quando isso acontecia,
ele era substituído por um amuleto em forma de escaravelho. Os órgãos
ficavam guardados em um vaso chamado canopo, colocado perto da múmia. O
corpo era, então, lavado com substâncias aromáticas e seu interior
forrado com sachês de sal grosso, para sugar toda a umidade. Após um mês
com esses sachês, o corpo era lavado com óleos e recheado. Faraós e
pessoas ricas eram estofados com tecidos virgens.
Já os pobres eram forrados com as roupas que haviam usado em vida,
terra ou serragem. Depois disso, a incisão era fechada com uma placa de
ouro, para evitar a invasão do corpo por maus espíritos. Durante cada
uma dessas etapas da mumificação, eram lidas preces do Livro dos Mortos,
que ensinava como o ritual deveria ser feito. O próximo passo era
enfaixar o corpo, a começar pelos dedos dos pés ou das mãos.
Em busca da eternidade
O ritual egípcio de mumificação reunia técnicas químicas, com ingredientes especiais para limpeza e conservação
1. As vísceras eram retiradas por meio de incisões feitas no corpo e guardadas em um vaso chamado canopo.
2. O cadáver era desidratado com sal grosso, lavado com perfumes e forrado com tecido.
3. As incisões eram fechadas com placas de ouro e o corpo, enfaixado -
começando pelos dedos - com centenas de metros de bandagens embebidas
em betume, substância pastosa feita de petróleo.
4. Por último, a múmia era encerrada em um caixão e guardada numa tumba, onde o corpo permanecia preservado por milhares de anos.
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