Todo mundo sabe que a luz branca, emitida pelo Sol, é na
verdade composta de sete cores básicas. Elas variam do violeta ao
vermelho, cada uma com sua freqüência.
As moléculas de ar que compõem a atmosfera da Terra, por sua vez,
refletem, absorvem e difundem a radiação solar. "A luz do Sol, também
chamada de luz branca, entra na atmosfera e é espalhada pelas moléculas
do ar - principalmente nitrogênio - para todas as direções", diz o
físico Alexandre Souto Martinez, do Instituto de Física e Matemática da
USP de Ribeirão Preto.
A luz azul tem uma freqüência (ciclos de onda por segundo) muito
próxima daquela de ressonância dos átomos da atmosfera, ao contrário da
luz vermelha. Assim, a luz azul movimenta os elétrons nas camadas
atômicas das moléculas com muito mais facilidade que a vermelha. Isso
provoca um ligeiro atraso na luz azul que é reemitida em todas as
direções, num processo chamado dispersão de Rayleigh (nome do físico
inglês do século XIX que explicou esse fenômeno). A luz vermelha, que
não é dispersa e sim transmitida, continua em sua direção original, mas
quando olhamos para o céu é a luz azul que vemos porque é a que foi mais
dispersada pelas moléculas em todas as direções.
No amanhecer e no entardecer, porém, a luz atravessa uma camada mais
espessa da atmosfera. O azul se espalha tanto que não consegue chegar
até nós e, por isso, vemos o céu vermelho.
Partículas de umidade presentes na atmosfera também podem alterar
essa dispersão da luz. É por isso que, antes ou depois de chover,
podemos ver as sete cores do espectro na faixa onde a luz atravessa as
gotículas de água. É o chamado arco-íris. Por essa mesma razão, também o
céu de Marte é vermelho. Como ele tem muitas partículas de poeira
dispersas, a luz azul se espalha ainda mais e apenas a luz vermelha
consegue chegar à superfície.
O ar que dá a cor
Atmosfera terrestre tem efeito semelhante ao de um prisma sobre a luz do Sol
1. Quando a luz atinge uma superfície transparente, parte dela é
refletida e parte é refratada - ou seja, ultrapassa essa superfície. Em
um prisma, a luz refratada se subdivide em várias faixas de diferentes
comprimentos de onda, gerando as sete cores do arco-íris.
2. Ao amanhecer e durante o pôr-do-sol, a luz atravessa uma faixa
mais espessa de atmosfera. Aí então, podemos vê-la em outras faixas de
comprimento de onda - especialmente as das cores vermelho e laranja.
3. Durante a maior parte do dia, a luz solar atravessa uma porção
menos espessa da atmosfera, portanto nós a vemos na faixa de comprimento
de onda da cor azul.
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