O fenômeno tem sempre implicações psicológicas, mesmo que
haja também algum problema físico. Em geral, quando a criança tem cerca
de três anos de idade e está aprendendo a falar, ela gagueja
naturalmente. Como ainda está aprendendo a elaborar as frases para
expressar seus pensamentos, muitas vezes não consegue falar tão rápido
quanto pensa. "Na maioria das crianças, esse processo - chamado de
disfluência normal - é apenas passageiro. Em algumas delas, porém, o
problema persiste, dando origem à gagueira", afirma Carla Mieli,
fonoaudióloga do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Não se conhece ainda nenhuma causa específica para que isso aconteça e
não há gagueira absolutamente igual a outra. Muitos dos sintomas se
manifestam em função do esforço excessivo do gago em evitar o problema,
levando a uma fala repleta de falhas de ritmo, pausas silenciosas e
frases incompletas, acompanhadas de esforço físico, com alteração na
sincronização entre a respiração e a produção da fala. Distúrbios
emocionais e de relacionamento familiar, como ciúme, insegurança,
ansiedade, violência física ou falta de carinho e atenção dos pais
também podem desencadear o processo. Além disso, costumam estar na
origem do sintoma problemas físicos durante a gestação ou o parto, como
falta de oxigenação do cérebro ou acidentes com lesão do tecido
cerebral.
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