Tudo começa no revólver do juiz. Logo que ele aperta o
gatilho para dar a largada, um sensor ativado por som faz a contagem
começar. Aí, quando o corredor atravessa um sensor que detecta
movimento, localizado na linha de chegada, seu tempo é marcado.
Mas esse
sistema é "cego". Não serve para dizer quem chegou na frente de quem.
Para isso, existe uma câmera que tira 2 mil fotos da linha de chegada
por segundo. Ou seja: mesmo diferenças de tempo na casa dos milésimos de
segundo, invisíveis a olho nu, podem ser detectadas. Versões mais
rudimentares do sistema, chamado de "photofinish", existem desde Los
Angeles-32. No começo, ele era usado só como um tira-teima. Ninguém,
afinal, acreditava que uma parafernália elétrica pudesse contar o tempo
melhor do que cronometristas experientes. Mas nos próprios Jogos de 1932
ela mostrou do que era capaz. A diferença entre o primeiro e o segundo
colocados nos 100 metros rasos era tão minúscula que não havia como
apontar o vencedor a olho nu. E o resultado estava lá no photofinish: 5
centímetros a favor de um deles. A maquininha, de cara, já deixava os
cronômetros manuais várias voltas para trás.
Precisão absoluta
Gatilho serve como botão do cronômetro
1. O juiz usa um revólver de espoleta na hora de dar a partida, para
manter a tradição. O som é reproduzido por alto-falantes em vários
pontos da pista, para que todos os atletas ouçam na mesma fração de
segundo. Acoplado à arma, fica um sensor ligado ao sistema de
cronometragem. Quando ele "ouve" o estampido, dispara o cronômetro.
2. Aqui, onde os competidores apoiam os pés, ficam os sensores que
acusam se algum atleta queimou a largada. Se isso acontecer, uma buzina
dispara automaticamente. O bloco não é fixo, claro, mas preso
temporariamente ao chão por pregos de 5 milímetros.
3. O piso é aderente e macio, para ajudar tanto na impulsão das
passadas como para absorver o impacto. O que cobre a superfície da pista
é uma camada de borracha granulada com 13 milímetros de espessura. E a
base para esse revestimento é uma camada de asfalto.
4. São quatro árbitros principais: o geral, o de partida, seu
assistente e o juiz do photofinish. Ainda há uma série de auxiliares
para verificar se ninguém queimou mesmo a largada ou invadiu a raia
vizinha (o que só pode acontecer em provas de 400 metros para cima).
Para garantir, cada atleta tem seu tempo medido por três cronometristas.
5. Esses sensores eletrônicos marcam o tempo extra-oficial. Eles
criam um campo magnético que cruza a pista, servindo como uma linha de
chegada virtual. Quando um atleta passa por ela, esse campo é
perturbado. E o cronômetro pára, indicando instantaneamente o tempo do
primeiro colocado.
6. Para saber quem terminou em primeiro numa chegada parelha, há o
photofinish: duas câmeras filmam a linha de chegada e mandam a imagem
para um computador. A máquina divide a imagem em linhas. E cada uma
indica visualmente um intervalo de tempo de até 0,5 milésimo de segundo.
Aí não tem como não ver quem ganhou.
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